MEUS SONHOS NÃO TÊM COR
Meus sonhos não têm cor
E tal como são
Também carecem de sabor
E como regra semelhante
São igualmente isolados de odor
Meus sonhos são inócuos,
Não maus, nem bons
Nulos de coragem ou temor
Neles nem andar, ando
Quanto mais um vôo,
Não rio e nem sofro
Mas... Sempre neles estou
Como a percebê-los por binóculos...
De meus sonhos
Não participo, nem os aprovo
E apesar desta total indiferença
Eles me acontecem
Como gema em ovos,
Como fitas de cinema
Quando quem escolhia
A sessão a ser vista
Era a mãe da gente
De manhã quando acordo
Deles, nem me recordo...
E por vezes, muitas vezes
Espero calado e parvo
Mesmo depois de acordado
Que uma boa alma
Me desperte de vez...