POEMA DE CONRAD
Foi-se aos ventos cortantes
A mão de vento a lidar
vogais
Consoante a dizer-se
em versos
Cantam os ventos...
Ao longo curso
A acolhê-los aos braços
à braçadas
No agora que nada
folhas brancas
Às ondas soltas
aos espaços
Ao calado
Das falas palavras
bombordos
estibordos
Os pontos distantes...
Escrita ao largo
Tão longe
Tão barco
A mão põe-se
ao léu
Como se à música fosse...
Um lá
Lá em horizonte
Sem parágrafo
Nem final
Um poema aos ventos.