AMOR PERDIDO
AMOR PERDIDO
Escapa-me novamente a lucidez
Pairo sobre as raias da loucura
Transtornado como nunca antes,
Ávido, sórdido, embotado...
Elegantemente empanturrado de lamurias...
Permiti de novo esse sofisma...
Discorre-me! Com toda minha alma impura!
Discretamente envolve-me em tuas garras
Crava em mim teu asco, me sorve a ilusão!
Fixando em mim, lentamente tuas amarras...
E no meu peito já cansado de tanta exultação
Encrava o instrumento penetrante da mais vil tortura...
Morra em mim, como se nunca existira...
Putrefando a essência de viver tão só...
Que já não me afetará mais tua descrença
Em ver tua indiferença me fazer ter dó
Do meu parco desperdício de viver mentiras...
Dilacerado, esmagado, contraposto em meu ser
Cingirei para meu norte, como certo rumo
Por certo esquecendo o sul que não realizei
Desfazendo pouco a pouco o prumo que fidelizei
Na esperança de seguir lutando para esquecer...
Rasgando o passado como que sangrando
Limpando o jorro desse sentimento ácido
Eu seguirei morrendo um pouco a cada dia
Mas seguirei. Por certo para meu fracasso
Por não poder esquecer o que no íntimo sentia...