Frag - men - tos
Se eu vivesse numa dimensão inexistente,
Beijaria meus próprios lábios
E quando tivesse você ao meu lado
Levaria à lua para lá te beijar
E espalharia estrelas na sua barriga
E depois lamberia tudo,
E para firmar nossa relação colocaria um anel de saturno
No seu dedo e supernovas explodiriam para comemorar a nossa união.
O surreal emergindo na superfície
O real é agora intangível
O nada é tudo – o incompleto me satisfaz
A alta classe bebe licores de soberba
A baixa classe bebe uma aguardente de injustiça
Os anarquistas explodem uma bomba de ódio
As vítimas respiram fumaças de corrupção
E o pronto-socorro lotado – querem inalar um pouco de Verdade.
Na dimensão inexistente
Dores de dente me dariam prazer
Bebida alcoólica não faria mal
E não haveria ciúme nem inveja.
Super-real – ultra-real
O real é sem graça e faz mal
Faz mal à alma e o coração
O real é poluído e corrompido
O real é ciumento e soberbo
O real é injusto e persuasivo.
E além de tudo isso,
Se eu ficasse sozinho
Nessa dimensão
Ainda poderia beijar meus lábios,
Loucura!
Blasfêmia!?
Assexual?Insexual?
Nada disso!
É simplesmente surreal.
19/03/06