Fobia
Eis que
agora
um sopro qualquer de saber-se carne
é ausente.
Trafegas soluçante
em teu caminho de arquitetura gótica;
és um escândalo;
púbis desnudo
e língua sedenta.
Teus pés com asas,
tua ideologia de tijolo,
os vícios opulentos,
tua rebeldia,
o excremento sagrado e diário
não te consolam.
Tua unha,
o que vale tua unha agora?
E teus contatos influentes?
Tua menina...
Gritar? Correr?
Todas direções de ópio!
Arrancar os cabelos.
Fechar os olhos?
Os olhos, de que te servem
nesta paisagem tua e solitária; neste evento íntimo?
Tudo existe demais!
E criaturas gigantescas ofendem sismógrafos.
É a televisão?
Teus exércitos dentro de ti
são minúsculos insetos
a devorar-te (dentro para fora)
e ao teu sexo;
couraçados,
virulentos
deletam-te,
configuram novíssimos
edifícios:
pedras de axiomas;
marcham seu artesanato de suicídio,
dizem a reza antiga;
pelos eriçados...
Súbito, um acalanto (por desvio).
Te pões calmo
Saboreando a inútil saudade de quase sentir,
Enxergas face a face
És alheio a toda a fraude
E mundos sem forma passam por ti.
Dorme, pois,
que é manhã pra ti.