Concerto

Concerto.

Quando as cortinas rubras se abrem

o vento azul move moinhos.

Uma salva de palmas das borboletas

sacode o movimento de um barco - inabalável - perdido no mar.

Concerto.

Os girassóis de um amarelo intenso

vagueiam nos campos cor de trigo.

Imenso céu.

Talvez diria Carpentier

El camiño de Santiago.

Rosas de vênus.

Palavras abertas ao sol.

Um livro de amor:

páginas brancas na brisa fresca.

Noites repletas de perfume de mulher.

Pomares (repletos de frutos maduros)

me lembram a fuga do zumbi aos Palmares.

A vida por si só vale a pena.

Como os beijos do ser amado.

Arcanjos, Querubins e guerreiros.

A música no céu incendeia.

Deuses da luxúria e da paixão me inspiram a sonhar

quando você me olha com esses olhos castanhos.

Há quem olhe as estrelas e chore.

Há quem desfrute o amor e lembre-se de um concerto em Viena.

A beleza de Praga,

talvez Apolo pudesse explicar.

A pequenina e medieval Tallinn

- jóia do mar báltico -

da torre da igreja de St. Olav observo os anjos.

Uma cidade escondida entre as pedras:

Portovenere me chama.

Uma igrejinha no alto de uma rocha

- outrora templo ofertado a Deusa Vênus -.

Hoje casais enamorados e casamentos românticos.

Portovenere:

Casas coloridas no meio do nada

obras de arte colorem a paisagem.

A vista de Cinque Terre

- um pôr-do-sol que não existe -

as cidadezinhas vistas do mar.

O concerto da vida.

A poesia nos detalhes

e o amor inscrustado nas nuances de luz

ao cair da tarde mansa

do alto de um penhasco da velha Atenas de sempre.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 13/10/2008
Reeditado em 13/10/2008
Código do texto: T1225330
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.