Concerto
Concerto.
Quando as cortinas rubras se abrem
o vento azul move moinhos.
Uma salva de palmas das borboletas
sacode o movimento de um barco - inabalável - perdido no mar.
Concerto.
Os girassóis de um amarelo intenso
vagueiam nos campos cor de trigo.
Imenso céu.
Talvez diria Carpentier
El camiño de Santiago.
Rosas de vênus.
Palavras abertas ao sol.
Um livro de amor:
páginas brancas na brisa fresca.
Noites repletas de perfume de mulher.
Pomares (repletos de frutos maduros)
me lembram a fuga do zumbi aos Palmares.
A vida por si só vale a pena.
Como os beijos do ser amado.
Arcanjos, Querubins e guerreiros.
A música no céu incendeia.
Deuses da luxúria e da paixão me inspiram a sonhar
quando você me olha com esses olhos castanhos.
Há quem olhe as estrelas e chore.
Há quem desfrute o amor e lembre-se de um concerto em Viena.
A beleza de Praga,
talvez Apolo pudesse explicar.
A pequenina e medieval Tallinn
- jóia do mar báltico -
da torre da igreja de St. Olav observo os anjos.
Uma cidade escondida entre as pedras:
Portovenere me chama.
Uma igrejinha no alto de uma rocha
- outrora templo ofertado a Deusa Vênus -.
Hoje casais enamorados e casamentos românticos.
Portovenere:
Casas coloridas no meio do nada
obras de arte colorem a paisagem.
A vista de Cinque Terre
- um pôr-do-sol que não existe -
as cidadezinhas vistas do mar.
O concerto da vida.
A poesia nos detalhes
e o amor inscrustado nas nuances de luz
ao cair da tarde mansa
do alto de um penhasco da velha Atenas de sempre.