Segredos

Páginas engavetadas,

Palavras jogadas ao vento.

Fazem-se alimento,

Para o tempo que as consome.

Nas entrelinhas rasuradas

Os poemas sem nome.

E as personagens que invento,

Reféns do meu sofrimento.

São apenas espelhos,

Refletem-me em termos,

O mais extremo e profundo.

Imploram-me de joelhos

Dos lugares mais ermos:

Revele-nos ao mundo!

Mas não se revelam segredos,

Então os enterro, belos

Onde os amantes velam,

Os amores e os medos.

Eles olham, ninguém vê,

Presos em seu próprio ego,

Bradam o amor é cego

Porque não conhecem o por quê.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 15/09/2008
Reeditado em 22/03/2017
Código do texto: T1179469
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.