Segredos
Páginas engavetadas,
Palavras jogadas ao vento.
Fazem-se alimento,
Para o tempo que as consome.
Nas entrelinhas rasuradas
Os poemas sem nome.
E as personagens que invento,
Reféns do meu sofrimento.
São apenas espelhos,
Refletem-me em termos,
O mais extremo e profundo.
Imploram-me de joelhos
Dos lugares mais ermos:
Revele-nos ao mundo!
Mas não se revelam segredos,
Então os enterro, belos
Onde os amantes velam,
Os amores e os medos.
Eles olham, ninguém vê,
Presos em seu próprio ego,
Bradam o amor é cego
Porque não conhecem o por quê.