AO PRATO

Ao meu sobrinho Bruno

Um prato

Põe-se a mesa

À sanha do garfo

Aos cortes da faca

Mãos ágeis e seguras

Vão a recortá-lo

O poeta está faminto

Nacos de quandos

Levados à boca

Mastigados

Sabores em viagem

Ao céu de uma boca cheia

Cheia de poesia

Delícias a fartar-se

Farta-se...

O ponto final.

Restos

Guardanapos de papel

Quedam-se ao lado

Rascunhos

A boca agora limpa

Do fim do banquete

Um poeta feliz

Se vai.

Anotações de uma mesa ao lado.

DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 10/09/2008
Reeditado em 14/09/2008
Código do texto: T1170652
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