Andarilhos do vazio

Sobrou do tempo

Interpolados espaços

Vazios de tanto tudo

elevam minha leveza

Nobreza que aos olhos falece

De toda dor despede

Ausência de amor padece

Agora são ícones desesperados

Ao que meus pensamentos andarilhos

conduzem à beira dessa ponte elevadiça

Sobre um poço o pobre e nobre moço cavalariço

diz-se omisso pela turba feliz

por entender do falto que se contradiz

Todo o bem é por muito que se preze

a força que me permite rir e ir

tanto quanto uma multidão me faz chorar

Escapo por entre paisagens que

em mim foram imaginadas

não pela raça

mas sim pela espécie forjada

essa que com toda parvoíce

pelo muito que não é

enche-se de um abundante nada

Oro e toda oração dita sem ser bendita

é sombra que não encanta

Vultos de um vulcão à beira da despedida

Amanhã é a eternidade

Hoje é o sereno do desapego

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 24/02/2006
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