Andarilhos do vazio
Sobrou do tempo
Interpolados espaços
Vazios de tanto tudo
elevam minha leveza
Nobreza que aos olhos falece
De toda dor despede
Ausência de amor padece
Agora são ícones desesperados
Ao que meus pensamentos andarilhos
conduzem à beira dessa ponte elevadiça
Sobre um poço o pobre e nobre moço cavalariço
diz-se omisso pela turba feliz
por entender do falto que se contradiz
Todo o bem é por muito que se preze
a força que me permite rir e ir
tanto quanto uma multidão me faz chorar
Escapo por entre paisagens que
em mim foram imaginadas
não pela raça
mas sim pela espécie forjada
essa que com toda parvoíce
pelo muito que não é
enche-se de um abundante nada
Oro e toda oração dita sem ser bendita
é sombra que não encanta
Vultos de um vulcão à beira da despedida
Amanhã é a eternidade
Hoje é o sereno do desapego