A SANTA (PROCISSÃO)
Ela saiu pela rua principal,
Sem nome,
Qualquer cidade,
Qualquer país,
Qualquer das rosas dos ventos,
Época em que acorrem
Povoação outrora florescente.
Os forasteiros a uma festa,
Em sua Santa imagem.
Justa homenagem.
Ela achou muita gente,
Na estação de ferrovia qualquer.
Na estação climática qualquer.
Na estação encontrar
Cento de votos,
Sem devotos,
Seguiam a Cristo,
A um passo da Paixão.
A Santa pede ao Prefeito
Sem autoridade,
Uma lei sem validade.
(ponto sem facultar)
Nem umas centenas devotas,
Rezar dez vezes,
O pai-nosso
E a ave-maria.
A Santa sem nome.
Sem milagre,
Rua sem nome.
Cidade sem nome.
“Miraculoso”.
(D’Eu - AVC – 02/07/04)