Delírios
Soltando versos adormeço
Sonhando pássaros num jardim
Soltando a imaginação esqueço
Vagando qual querubim
Voando de forma incerta
Com meus pensamentos esmos
Chego à rua deserta
E os fantasmas são os mesmos
Quantas palavras desgarradas
Numa harmonia sem fim
Tantos versos desavisados
Quem o tempo levou de mim
Quanta saudade magoada
Nessa prosa incoerente
Deixando uma triste toada
Nessa estrada inconseqüente
Prendo o vazio tão liberto
Nesse imenso turbilhão me calo
Como ferida aberta
Na condição de vassalo
E submisso me entrego
A meus desejos insanos
Nesse sonho que nego
Nem santo, tampouco profano.