Dobras do Cotidiano

Não deixar a vida perder-se

silenciosamente

no espectro de seu inverso;

porque poucos o traduzem

ou têm coragem para gritar o indizível.

Clamor em ondas de silêncio

do inaudito,

frio

ou mequetrefe,

que se revelem!

O oposto do belo

é a beleza crua

a se desvelar

na crueza das dobras do cotidiano.

Pelo gargalo

ou pelo ralo

ainda há pulsação

autêntica.

Pela estética do que difere

ou que também e ainda

fere!

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 04/07/2008
Código do texto: T1064802
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