Escola das Facas
A palavra da faca é menos aguda
do que a voz do silêncio.
Este agreste ríspido ressona,
Eu – insônia.
Acorda-me a navalha,
e a corda...
furta-me a proeza de assistir
o meu próprio sonhar.
E o relógio anuncia:
- a fibra é para o corte o músculo da metáfora.
É tão nítida a lâmina
quando o homem se despe do sonho.
Com anatomia ajustada para ócios
conhece o aço.
Quem no mundo corresponderá
à notícia que vem do outro lado do desejo!
É Tebas na boca da esfinge
paisagem possível
a um viajor e seu chacal!?...
Este pensamento (covarde)
inflama-me:
"eu hoje faço versos de ingrato",
pois sobre os ossos
não há mais nada que se possa cortar.
Criatura ávida.