Viajantes Iluminados
Ah! O alívio e a dor de não mais pertencer
a lugar nenhum
à âncora alguma
a um porto qualquer ou enseada tranquila.
No maremoto das idéias e pensamentos fugidios
o delírio ardoroso de uma imagem de tal amor poético
bate à minha porta,
em que porta tocaria teus dedos?
Afogo-me na aspereza de não poder
guiada pela sensação de que os Deuses
cumprem desígnios de extrema misteriosidade.
As palavras não mais me pertencem.
Tampouco as imagens.
Perdidas que estão em pensamentos vagabundos,
passeiam, à esmo, por um pátio de árvores frondosas
que nos escondem o sentido.
Ancestral brincadeira de criança,
Metáfora esvoaçante de uma poesia que ainda não se fez.