Terror Poético

Terror poético para acalentar alma doída.

Poéticas em transe,

quase delirantes,

pra desfazer o nó górdio ancestral.

Heresias autopoiéticas pra abrandar a ausência

que já se desfez

em pedaços de mil fantasias

despossuídas.

Bombas de poesia

para que ao poeta seja merecido

o pertencimento da vida,

o parentesco e o acolhimento no espanto

dos acontecimentos pulsantes.

Injeções e enxertos de palavras flutuantes

em arte quase pictóricas

para que o sentido obscuro de uma argila dura

amoleça,

em suaves nuances de maciez,

a pele corroída de ardente

e pretensa poetisa.