Batem as horas no velho carrilhão,
O dia é como um arco retesado
Estressado no ângulo do sol
Cheio de tédio, parece eterno
As horas vazam dos ponteiros
Como se derretidas estivessem
Expõem no tropel das ilusões perdidas
A orfandade dos meus sentimentos
Sou refém das impossibilidades
Que construo com a negação e silencio
O tempo é um poço profundo
Onde minha alma aturdida se esconde
O que vaza do relógio é matéria
De que é feita a vida
A alma é feita de sonhos e pensamentos
Pelas mãos invisíveis do sentir
Sou um passageiro no trem da vida
Meus gritos se perdem no vácuo
Porque falo ao mundo pela voz da poesia
Que os apressados não querem ouvir