Entre tudo eu sou
Eu sou o que habita as pedras
e engole os seixos
e esconde os desejos
e inda que fique vai embora.
Sou a onça mansa que não morde ninguém
e a águia que já não mais voa
e o céu que em meus sonhos já não mais povoa,
um avestruz que vive dentro d’água.
Sou a pacatez de certas violências
e o medo que devora todas as coragens
e sou o rio
e sou a vida
e tão doce mentira
que chega em mim a ser...
pura verdade!