Minha vileza...


Ou tua tirania?

Que entendes tu, oh homem de impropérios
Sobre o que cai em meu corpo, meus mistérios?
Meu passado cabe à história de todas as feras
Todas as deidades são inglórias... quem dera

Teu peito arfa em dor por uma causa simplesmente tua
Não critiques as mulheres se estiverem singelamente nuas
Meu monstro latente é por demais pungente pra ser inocente
Tua mente, por demais lancinante pra não ser contundente

Terias que ver a brisa que se realiza sobre o incesto
Movimento em forma de parto no qual não descarto
Toda a sutileza do amor que é livre e que se eterniza
Abre teus lençóis, envolve-te nos arrebóis dessa causa justa

Se teu espírito te condena por uma culpa que não seja tua
Vem acalentar as dores de todos os amores perdidos na rua
O monstro que seja teu, que seja igual ao meu, assim contabiliza
Peso por peso, garra por garra, assim iguais todas as medidas

E depois desse parco pretexto se ainda mantiveres teus eixos
Empunha tuas armas macabras das revoltas que são apenas tuas
Pega teus grilhões e espadas, junta todos os teus fiéis camaradas
E parte a caçar meu monstro que aqui se esconde sob a luz da lua

E que teu monstro seja maior que o meu, é o que eu te desejo

Ou então o meu te tornará definitivamente ateu com um meu 
simples beijo


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Obs: Inspirado no texto de Di Amaral "Vil Mulher" (23/03) desta vez, sem contrapontos, apenas com um olhar diferente. Também quero deixar claro que esta  é a posição de um personagem e não a minha. Não sou eu. É um dos meus "encostos" rsrsrs. Tenho vários. São eles que me ins piram.