Sentença.

Sentença.

Não sei se preciso de muita

Água ou se preciso mesmo respirar.

Quero lutar contra as marcas

Do tempo, e logo vi:

Não tenho forças, sumiram

Toda vontade, sobrou às lembranças.

Mais logo ontem o dia

Que se esgotaram minhas poucas razoes,

Ela de vestido bordado com rendas

E um laço azul, me fez prometer

Que nunca, talvez jamais recorrerei

Á ela, na tentativa de amenizar

Qualquer partícula de magoa.

Sim prometi, deixei de ler o contrato,

Nele dizia:

“- Os que só pensarem em pensar,

No que passou, terá por sentença,

Prisão perpetua no mundo da insanidade.”

Vou embora, por mais que eu abra portas,

A saída fica no infinito, e nesse lugar, minha sentença

Proíbe-me de chegar!

Não sei se os moradores daqui entendem meu idioma

Não sei como sair de mim.

Jane Krist Coffee

Tenho medo da amplitude do universo infinito, que com freqüência confundo com o real. O infinito que não volta àquele que estoura minhas construções e todos não me visitam mais.

E o efêmero é impossível se livrar dele.

Tenho gostos vindos da angustia, aos quais não sei nomear. Sei que o inesperado me obriga á ter sempre comigo o medo das coisas que nem sei como chamar.