Outrora
Outrora, fosse um pássaro a cantarolar,
Ao alvorecer, nas campinas,
Das grandes colinas
Já no Brilho do sol
O seu raiar
Dando vida as paisagens
Em suas doces passagens
Outrora, fosse o sentimento da Alma.
Que floresce o desejo da carne,
Sem conseguir controlar sua dádiva
Procurando o que já existe,
Mas não lhe pertence,
Talvez o destino quisesse assim,
Ou ele brincou com o sentimento
Mudando a vida em seu existir
Buscando no consolo a esperança
Que desespera o próprio viver
No sombrio anoitecer,
Sem ter lutado,
Por aquilo que existe,
Mas não faz parte do meu existir,
Outrora, fosse eu o existir,
Para assim desfrutar,
O sabor de sua vida
Que passa despercebida
Quase despida
A procura da outrora.
Ledemir Bertagnoli