VELHO CASARÃO
VELHO CASARÃO
Velho casarão de meus avós,
Onde eu nasci, em domingo festivo,
Porque era um Domingo de Ramos
Hoje ao rever-te, não sei qual de nós
Ficou mais triste, mais comovido,
Por que foi que assim ficamos!...
Nem sei por onde andei
Tão longos foram os caminhos,
Que quase me perdi;
Mas, agora, diante de ti,
Sei que nunca me afastei daqui.
Ao subir a Pereirinhas
Tuas janelas inundaram-se de sóis,
E, os meus olhos, de primaveris andorinhas,
Com seus ninhos nos teus beirais.
Sentinela solitária desta Terra
Pelo tempo, quase vencida,
De olhar vago cavalgando a serra
Já te sinto sinais de despedida.
Cego, fechei os olhos ao tempo,
E não vi o tempo passar;
Minha querida, minha velha amiga
Que tormento,
Não poder mandar no tempo
Para fazê-lo de novo recuar.
do livro O Ontem pode estar onde Começa o Amanhã ano 1997