TEMPOS ÁUREOS
Sou do tempo da Jovem guarda, do Roberto,
do Erasmo e dos grandes Festivais..
Sou do tempo do TVFone, Festa do Bolinha
e do som puro das guitarras dos Canibais
Sou do tempo que vício era só do cigarro,
que Coca era apenas refrigerante...
E que todo homem elegante,
abria a porta do carro.
Sou do tempo do “Bilhetinho apaixonado”
Do romantismo que era nossa marca registrada
Dos bailes do Lafayette e seu incomparável teclado.
Do tremendão e do Cadilac na estrada.
Sou do tempo do Gumex e do laquê
De Mario Luiz e Isac dando ibope na telinha
The Jets acompanhando estrelas na TV
E a Gianini supersonic era top de linha
Sou do tempo da calça Lee, do Blue Jeans e do Tergal
da Kátia Cilene, Maritza e Marlene no sucesso musical.
Sou do tempo do mocinho e do vilão com cara de mau,
Do reclame de fortificante do óleo de fígado de bacalhau.
Sou do tempo do carnaval de rua, do Pierrô e Colombina
Da serpentina, lança perfume e das batalhas de confete
Pulando nos clubes e nos coretos em cada esquina
Dos Bailes animados dos Silvery boys e Gemini sete.
Sou do tempo do Almir Rogério e o seu fuscão preto
Da Sonia Mello, ainda menina, cantando Roberto
Da Rita Pavone na magia da voz de Denise Barreto
Do Sérgio Reis ,romântico roqueiro, caipira que deu certo.
Sou do tempo do Cine Melo e do teatro rebolado
Do meu amigo Adilson Ramos e sua voz fenomenal
Da mocinha comportada e do adolescente educado
Sou do tempo da Portela campeã do carnaval.
Sou do tempo que ninguém se preocupava com bala perdida,
do tempo de respeito aos pais...
Do tempo em que mesmo de cara limpa se curtia a vida
Enfim sou do tempo que não volta mais.