Ferro Velho
Desferiu golpes ao volante.
Mas era apenas um garoto com seu colega do pré-primário.
Ameaçou pedestres imaginários.
Mas era só um menino sonhador.
Nem rodas havia naquela lata velha,
Quanto mais, condições para ser ameaçadora.
Seu dono, também dono do estabelecimento,
Indignou-se com a ousadia do pequeno piloto
Em desmantelar seu Fiat 147.
Indignado verdadeiramente ficou o pai
Do pequeno futuro poeta, que perguntou ao senhor,
Que se escondia atrás de latas amontoadas:
Quanto o senhor quer por todo esse ferro velho?
Deixe o garoto brincar.
Sabe lá se um dia ele poetisa esse trivial momento.