De volta ao passado...
Arremessei minh ´alma ao passado, vaguei em terras férteis, colhi perfumadas flores adornei o trançar dos cabelos, diante do espelho me vi desabrochar mulher, colori os lábios rosados com um sorriso, espalhei sobre a face alva, gotículas de fragrância de jasmim, beijei o lenço e lancei ao vento, avivei em mim o ar da graça, menina-mulher.
No porta retrato, moldura de uma vida, lágrimas, despedidas, coração chora a dor da partida, na bruma da noite, seu semblante vaga em minha memória, conta nossa história, jovens enamorados de volta ao passado, navio ancorado em terras estrangeiras, sonhos construídos, raízes profundas.
Mãos dadas seguem o destino, pó da estrada, muralhas em volta, estatelando rochas, construindo estradas, semeando alegria, colhendo sabor de vinho tinto.
O vento Minuano faz cirandas, sussurros entre as folhas das árvores, aragem molhando as pastagens, verdes campos a perder de vista, cerca farpada, sinos retinem na alvorada, o cantar da passarada.
Remanso, águas atravessadas, navegando sonhos, ilusões a vista, ressonar o grito preso na garganta, rejubilar o sentimento do amor na sua plenitude, renascer em cada pingo de chuva.
Escrito em 28.12.2005.
Por Águida Hettwer