Escrevi no Vento
Busquei no vento
as linhas constantes
do meu eu incompreendido.
Escrevi da dor a alegria...
da lágrima ao sorriso...
do cansaço a luta infinda.
Joguei no vento a saudade
que ainda não sinto,
os sonhos que acredito,
as marcas do frio
que açoita desmedido.
E no soprar mais forte do vento
misturaram-se emaranhados
de linhas escritas...
Sentia o girar de todos
meus momentos como turbilhão
a minha volta.
O não saber o que fazer.
Eu só queria escrever...
...e deixar no vento
a bagagem do sentimento.
Nas linhas escritas
da brisa a tempestade,
restaram quase apagados
temores e anseios
de uma alma poética...
a esperar que o vento
sopre a cada linha
meus sonhos e minha poesia.