Ciranda da Vida
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
De repente percebo
O tempo passando...
Que falta eu tenho de andar só de chinelo.
Atirei o pau no gato-tô
Para ver se um dia
pra infância eu volto
Ainda bem que o gato
Não morreu-reu-reu
Imagina minha vida
Agora cheia de problemas
Sem a lembrança do berrô que o gato deu?
É.
Cai, cai, balão...
São tempos bons, que não voltam mais.
Vê se cai, mas cai aqui na minha mão.
Porque eu tenho que ir lá, eu preciso ir lá.
Mas a vida bate
E eu não quero apanhar.
Já não sou mais criança
Ainda ontem eu brincava
De ciranda, cirandinha
E hoje eu vejo a menininha
Novinha, pulando corda
Querendo crescer, virar mocinha.
A gente estuda
Se prepara, luta
Pra subir a rua
E subir na vida
Mas se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu é que não crescia.
Mas o tempo é curto
E o natural é evoluir
Dar o próximo passo,
marcar o X na prancheta
Não dá mais pra temer ser pego
Apenas por ter medo de careta.
Enfim, é isso...
Preciso me conformar.
Afinal, não é de um todo ruim
Crescer, a próxima página virar
Aprender coisas
Ensinar outras
Conhecer gente
Pessoas boas
Lugares incríveis
Mulheres lindas
Bem me quer,
Mal me quer ainda?
Pirulito que bate, bate
Bate forte o coração.
Hoje em dia eu sou adulto.
Mas sempre vou brincar.
Todos juntos, toda hora
Vamos todos cirandar.
O importante é não esquecer
da nossa infância
daquela raíz
de um lugar pra chamar de seu.
Quem sabe um dia eu volte a ser criança?
Afinal, o que hoje sou é graças a ela
E o agradecido, eternamente, sou eu.
Que saudade...