O MITO - Neila Costa

O MITO

Ontem, tu foste canção,

A melodia imortal

Que habitou o interior

De um ditoso coração.

Ontem, tu foste o poema,

De perfeição divinal,

Que sem querer eu compus

Dedilhando a emoção.

Criei-te em rimas cadentes,

Que bailavam muito bem

Ao ritmo da paixão.

Hoje, tu és meu dilema,

O meu verso incompleto,

Meu eterno teorema.

És palavra quase morta,

Meu soneto obsoleto,

O mito que foi desfeito.

Tu és o espaço no tempo,

Que pra nada mais importa.

Neila Costa
Enviado por Neila Costa em 31/03/2008
Reeditado em 14/05/2010
Código do texto: T924512
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