MEU MAR

MEU MAR

Mar imenso,

Oceanos sem fim!...

a ti pertenço

tu fazes parte de mim

Em ti continuo amarrado

nestas ondas de esperança,

e num murmurio bem salgado,

amargurado, mas cheio de preserverança

Es o meu Leste, o meu guia,

tuas ondas são canções,

ternamente à luz do luar as ouvias

cheias de ritmo e emoções

Junto de ti anos vivi,

muitas tormentas passei,

a todas elas eu sobrevivi

e Graças a Deus sempre dei

Mar da China

de aguas barrentas, amareladas,

fizeram parte de minha sina

jamais serão olvidadas

Cadaveres em tuas aguas recolhi,

muitos naufragos salvei,

apertos no coração muitos senti,

milhares de refugiados auxilei

Imensas e fortes tempestades passei

na minha velha embarcação,

fortes pressões suportei

essas, as guardo no coração

Pelo rio das Perolas naveguei

muito tendo aprendido,

perolas essas!... não encontrei,

sendo por ti estimado e bem querido

Pelos cinco oceanos andei,

muitos mares eu percorri,

porem, no Mar da China me fixei

por tanto gostar de ti

Mar imenso, mar profundo !...

fostes meu berço de embalar,

por vezes abalroei, não fui ao fundo

e em ti continuei a navegar

Agora, no Mar da Poesia entrei,

vasto, enorme e desconhecido

no qual me aventurei

e em suas aguas estou perdido

Sulcando as palavras vou,

neste mar de papelada,

lutando com elas estou

escrevendo sem dizer nada

Piloto e poeta o não serei,

mas, rumos esses vou traçando,

porto seguro talvez alcançarei,

e neste batel da vida, pela musa aguardando

Gloria e fama em mim não cabem,

ignorante na poesia navegando irei,

tentando aprender com os que sabem

e corrigindo tudo aquilo que errei

Regressarei ao mundo das mares vivas

neste meu fraco navegar,

sobre estas ondas altivas

sem medo de naufragar.

ALENTEJANO ORIENTAL
Enviado por ALENTEJANO ORIENTAL em 31/03/2008
Código do texto: T924493