ACERVO DE BEIJOS...
Deitei na noite toda
a minha inquietação,
joguei pelos ares
os meus pesares...
Busquei ao longe
os meus ausentes,
tentei aconchego
nos seus sorrisos...
Acariciei cada face,
Abracei cada vulto...
Doei a eles todo meu
acervo de beijos,
antes tão contidos
no cerne do meu ser.
Fiz poeira fina de todos
os meus suplícios,
brinquei na carência,
fiz verdade a mentira.
Deitei na noite todos
os meu delírios,
abusei dos devaneios...
E, igual ao poeta,
fingi não sentir
a dor que doía;
E, deitado na
rede da saudade,
cobri o rosto com
o negror da noite.
Assim adormeci
na presença dos meus queridos.