Onde e como tocastes
Ser ciclista é louco,
em cima de rodas
rodar aos poucos.
Tu sempre esteves
em meus sinais
no delírio e na partida
mais e mais...
O que tocas não me prende
e nem me acende quase nada,
agora eu sou da madrugada.
- Olha amor,muito obrigado!
Preciso ser largo e profundo,
ainda sou raso e não mais um vagabundo.
- Olha amor o nosso mundo...
Quando à tarde te rasguei,
te encimei e te ensinei
o nosso pobre-velho-mundo,
não só te preparei,
te falei e te mostrei
uma outra vida
e um outro mundo.
Tu achavas absurdo
entoar preces pagãs,
acordar suas sementes
pelo resto dos segundos.
Hortaliças
e maçãs.
Agora bem que eu vejo mal,
bem verei
tarde ou mais cedo
pelos vidros de cristal
(veja como eu tinha medo)
Tu te mostras colossal.
Naquela era em tua carne,
tudo sei não eram erros.
estavam lindas tuas vestes
de carneiro
(veja como eu tinha medo,
sentei chorando, às vezes cedo)
Mostra suas faces,
com ou sem os medos.
À cada face um medo.
Na partida sempre te vi
cair de quatro
em frente ao espelho,
pra sentir dor,
pra sentir medo.
E tantas vezes quis partir,
ver toda a graça
a cor e abraza
da tua pele junto a minha.
Na lembrança, no teu veludo
tu estarás querendo a mim.
Fim
o fim!