SAUDADE DO MEU PAI
SAUDADE DO MEU PAI
Senta aqui meu pai,
pertinho de mim, põe o pé no banco,
ou senta aí na cadeira de balanço.
Tenho uma coisa pra conversar,
falar da minha infância
que vai longe,
das brincadeiras que a gente fazia,
meu coração saltitando de alegria
por ser seu filho, meu pai,
Galgava o corpo do meu herói
e sobre os seus ombros, confiante,
a melhor fruta eu alcançava.
Como era bom dormir nas suas costas,
embalado pelo sobe e desce
do respiramento do meu paizão
ou, na fresca da tarde,
no balanço da rede esticada no pomar.
Bons tempos que não voltam não é meu pai?
Aonde você ia, na certa eu estava atrás.
Que segurança você me dava
quando em sua mão me apoiava
e com toda a ternura me abraçava.
Senta aqui meu pai,
agora eu sei o que você sentia,
eu quero te envolver num longo
e bem apertado abraço,
encosta a cabeça no meu peito,
na tua face eu quero dar um beijo,
o mais simples gesto de agradecimento
deste homem que por você foi feito.