ENTRE LEMBRANÇAS
Desejo retornar ao passado,
onde a visão era menos aguçada,
as amizades, pouco exigentes,
onde se via a pureza da alma.
Lembro-me, com saudades,
que se festejava com alegria cada momento,
o reencontro familiar era celebrado na paz,
com honras e com os melhores sentimentos.
As noites eram esperadas com entusiasmo e dedicação,
onde todos se reuniam no aconchego da comunicação.
Os adultos contavam estórias,
os inocentes as descobertas,
e tudo isso na arte da diversão.
Todos dormiam tranqüilos
embalados com a força da imaginação.
O sol aquecia o corpo, deixando apenas rosado,
os vizinhos se comportavam como nossos parentes
e até mesmo os que se encontravam distantes,
nas necessidades, eram todos eles presentes.
A terra sendo virgem, implorava uma devida exploração,
acordava-se, muito cedo e o tempo era respeitado.
A religião fazia parte da educação,
os filhos obedientes e os pais sempre preocupados.
O verde reinava majestoso e feliz!
A lua em suas fazes, era observada,
o céu examinado detalhadamente,
as práticas do plantio e das colheitas, consideradas.
Rios e oceanos sem donos,
vales e bosques livres da devastação,
matar somente na lei da sobrevivência,
porque toda vida era celebrada,
com a luz da admiração!
A arte caminhava nos palcos da mente,
raramente falava-se em discriminação,
não havia grades e muros...
Medo, dúvidas e poluição.
O sorriso era meigo e transparente,
todo mundo, cumprimentava todo mundo num clima de poesia.
Os mais velhos eram respeitados, o casamento sagrado,
podíamos dizer que a dignidade,
andava de mãos dadas com a harmonia.
Hoje está tudo muito diferente,
com o progresso vieram também a ausência do amor.
A vida já não é mais a mesma...
Porque perdeu em algum lugar do passado,
sua qualidade, sua dignidade e o seu valor.
Fim desta, Cristina Maria O. S. S. - Akeza.