1000 Mundos

Atravessei mil mundos...

Descobri a força nos próprios olhos do mêdo,

Desbravei rios caudalosos, correntezas, tufões...

Fontes virgens nunca tocadas,

Conheci muitos amores, mas ancorei em um único amor fecundo,

Percorri vales sombrios e escalei montanhas geladas,

A sombra que vi surgir diante dos meus pés,

Com a frieza das intempéries, o gêlo dos corações...

Conheci o desejo, dormi na ansiedade e já não fui o mesmo,

E na grande fome do seu beijo...

Naveguei por sonhos infinitos,

Aprendi que nem sempre a palavra condiz,

Nem sempre o amor se faz,

Nem todo encontro é válido, resultante,

Nem toda beleza se enquadra...

Nem todo engano é eterno.

Enchi-me de razões, vivi tristezas,

Tracei meus planos ainda imperfeitos,

Para conduzir-me a todo tempo...

Cheguei por fim, em uma última estrela,

Acariciei-me em sua luz intensa, e me veio o espaço,

O infinito e as cores...

Daí percebi que já vivia o labor das grandes almas andinas...