Coração de Inverno
Briza matinal vos enobrece
Orvalho sólido em queda ínfima
Neve de dias antigos
Meados de paraíso
Montanhas ingremes e colossais como o universo
Acre de plenitude onde beleza e tragédia imacula
Nas asas do passado e na lágrima do futuro
Sonho sem um trovador
Contos deslizantes feito neblinas
Danças de lagos em dormencia
Consagração de um pedaço de lar
Perto do céu onde ranchos e vilas
Casas feitas alí na promessa de um mundo
Jaz ali não só fruto de muitas alegrias
Mas corações onde seu epitáfio fez-se erguer
Até ver a primeira neve caindo
Até realmente poder cair no sono
Tempestade fina e branca feito redenção
Chamado do passado
Saudades ei de ter
Onde seus frutos limpídos e seus sorrisos amadores
Sua inocência fez-se branca
E meu mais profundo amor por ti jaz