EU E A PRIMAVERA
Quero as manhãs de primavera
Compondo a paisagem do cerrado
A natureza retomando o verde
E uma explosão de flores
Multicores
Quero a umidade do ar
Penetrando em meus pulmões
Sem a aridez poeirenta
Que me trás a dispnéia
Cefaléia.
Quero o verde dos gramados
Ontem um tapete cinzento
Sofrendo a inclemência do tempo
E o pisoteio insolente
De gente.
Quero surpreender o sol
Apontando os primos raios
Colorindo gotas de orvalho
Nas folhas ainda pendentes
Remanescentes.
Quero correr de encontro ao vento
Sentindo as manhãs de primavera
Mas por favor gentis cigarras
Me poupem de ouvir o seu canto
Desencanto
De quem não pode voltar
Aos dezembros da infância
Onde cantavam as cigarras
Nos flamboaiãs floridos
Queridos
Tempos que não mais retornam
Como volta o verde dos cerrados
Nas primeiras chuvas de outubro
Em plena primavera
Quem dera!