AH, O QUE ENCONTRO!

Quando eu caminhava por aquelas ruas eu sonhava...

Ó, Deus!

Como eu sonhava!

Sonhava com o futuro.

Imaginava.

Imaginava tudo puro.

Nem pensava que podia ser um caminho duro.

Quando eu caminhava por aquelas ruas eu era uma menina...

Sonhadora que era enxergava um mundo longe da terra amada.

Enxergava alegria mui além, noutra estrada.

Quando lá eu voltei poesia encontrei.

Na lua mansa que não descansa.

Que prateia o pátio, o jardim...

No chafariz que parece jorrar pra mim...

Encontrei remanso na igrejinha.

Na vendinha...

Ainda existe.

(Não estou triste).

Tudo ainda persiste.

A quermesse.

Não é o mesmo o pipoqueiro.

Mas o de agora continua vendendo embaixo do mesmo coqueiro.

Parece que lá o tempo está parado.

Ou é o meu olhar que guarda o passado?

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 09/02/2008
Reeditado em 13/04/2011
Código do texto: T852174
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.