O Padre Brasileiro

Em dezembro, numa tarde

_ "Graça Preta, nos recorde!"

Dia 13. Olha a Santa!

No ano Cinquenta e nove

Padre Adolfo, obrigado!

Foi difícil atravessar

Passo a passo, terras e lagos

A fera noite, índio e jaguar!

Nos dá Jesus. Outro não quis

Atende o Codó. Traz a menina

Santa Luzia, a jovem feliz

Que já em vida, foi heroína

Quiçá, se podesse voltar no tempo

Ver Codó adorando Jesus

Sob o Pão que Adolfo fez bento

E o Tracuá deixou cheio de luz

E a serra que deteve o sagrado

Para os índios, foi um templo primeiro

Hoje, chamam de Monte Dourado

O altar do Padre brasileiro

O índio, como nosso aliado

Foi obra de Codó, de Adolfo

Diplomatas que usaram o sagrado

Sonhadores, xingados de loucos!

Superou-se o obstáculo em tela

Pois, Codó, só queria ficar

Gentil, se livrou de querelas

E o cacique abriu mão do Tracuá

E nascia a ICAB por cá

A Baixada, em cinquenta, à seguiu

Hoje, Viana se põe a louvar

O simples padre que Codó pediu

Primeiro Codó, no chão infausto

Foi a Pinheiro suplicar a unção

E comovido reagiu, o Padre:

"Santa Luzia, tu nascerás, então!"

Carioca de gene itálica

Padre Adolfo sorriu com o vento

O Tracuá era lindo de fato

Mereceu, o perigo! O relento!

Gualther de Alencar
Enviado por Gualther de Alencar em 26/04/2025
Reeditado em 26/04/2025
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