De criança
Vou dizer uma poesia
Porque agora deu vontade
Lembrando da pouca idade
De tempos bem infantis
Poesia de alegria
De amor e fantasia
Poesia que se ria
E às vezes se chorava
Não era pra ser em quadra
Mas foi assim que se fez
Na lembrança que chegou
Vou rimar só dessa vez
Era um dia ensolarado
A criançada gritando
Os corpos todos suados
O recreio terminando
A professora cansada
Gritava já com voz rouca
“Venham logo, já pra sala!”
A alegria era pouca...
Correndo descabelada
O rosto vermelho agitado
A menina de um tropeço
Caiu no meio do pátio
Sem dor, com o sangue quente
Só lhe doeu quando a gente
Ao redor se animava
Vendo a menina ferida
Não podia escolher
Se ria ou chorava
Escolher era perder
Preferiu ficar calada
E o povo desanimou
Não teve mais espetáculo
Em casa ela se banhou
Um grito soou no vácuo
O ardor lavou a dor
Com Lágrimas cintilantes
Junto ao perfume infante
A mágoa logo passou
Não sei o motivo disso
Querer parar nessa tarde
E escrever tudo isso...
Só sei que me deu vontade.
Por enquanto vou me indo
Se chorando ou sorrindo
Viver é um aprendizado
Mesmo em dia agoniado.
Crescer na vida é preciso
Amadurecer com o tempo
Memórias vem como vento
Que refrescam o calor
Deixo aqui o meu amor
Minha lembrança menina
Que ainda hoje cai
Mas animada ensina!