2011

O amor chegou sem aviso,

ao fim dessas tardes quietas, de memória,

sem promessas, sem pompas.

Não trouxe trombetas,

nem tratados,

apenas fez-se ninho

aos meus olhos,

e transformou meu peito

num pássaro perplexo.

Selou sua missão e se foi.

Mas o tempo, tecelão teimoso,

não desfaz o que deixa:

o amor ainda canta

no crepitar da chama,

no tilintar da taça;

o tique-taque do relógio

persevera e pesa

o que já não se conta.

Lusca Luiz da Silva
Enviado por Lusca Luiz da Silva em 06/03/2025
Código do texto: T8279084
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