Quando a boiada passava
Quando a boiada passava nas tardes quentes do sertão
Eu ficava na janela para ver os vaqueiros que a boiada tocava
Homens com suas roupas de couro e esporas no calcanhar
Um deles levando um berrante, uma melodia triste a entoar
Um aboio melancólico, muitas vezes se ouvia
Uma toada de amor, falando da saudade que sentia
Dos cabelos compridos daquela morena por quem seu coração batia
Muito tempo nas estradas, sem saber se voltaria
Muito pouco os vaqueiros levavam nas suas bagagens
Nos corações sofridos muitas saudades
Dos amores que deixavam pelas estradas
E carregavam no peito a esperança de reencontrá-los
No compasso da boiada que ia passando
Meus pensamentos cavalgavam galopando
As histórias de amor de cada um, eu já ia imaginando
E quais os sonhos que eles iam levando
O sonho de encontrar uma linda morena na janela a esperar
Cabelos longos, boca vermelha para um beijo dela roubar
Fazer uma serenata e só para ela cantar
Declarando seu amor, fazendo uma promessa, que um dia iria voltar