Quando a boiada passava

Quando a boiada passava nas tardes quentes do sertão

Eu ficava na janela para ver os vaqueiros que a boiada tocava

Homens com suas roupas de couro e esporas no calcanhar

Um deles levando um berrante, uma melodia triste a entoar

Um aboio melancólico, muitas vezes se ouvia

Uma toada de amor, falando da saudade que sentia

Dos cabelos compridos daquela morena por quem seu coração batia

Muito tempo nas estradas, sem saber se voltaria

Muito pouco os vaqueiros levavam nas suas bagagens

Nos corações sofridos muitas saudades

Dos amores que deixavam pelas estradas

E carregavam no peito a esperança de reencontrá-los

No compasso da boiada que ia passando

Meus pensamentos cavalgavam galopando

As histórias de amor de cada um, eu já ia imaginando

E quais os sonhos que eles iam levando

O sonho de encontrar uma linda morena na janela a esperar

Cabelos longos, boca vermelha para um beijo dela roubar

Fazer uma serenata e só para ela cantar

Declarando seu amor, fazendo uma promessa, que um dia iria voltar

Dina Paraguassú
Enviado por Dina Paraguassú em 26/02/2025
Código do texto: T8273471
Classificação de conteúdo: seguro