Doce revival

Relendo alguns textos, encobri pretextos,

calei meu desejo, mas continuei sozinho.

Era ali, entre tantas palavras, que eu me abrigava,

sob o calor da virtualidade constante,

demonstrada em cada instante

feito a flor para seu espinho.

Tive saudades de outros tempos,

quando a poesia escorria entre os dedos,

e aqueles antigos medos

simplesmente desapareciam.

Meus escritos a nada temiam.

A inspiração mais simplória

era descrita pela memória

em versos entrecortados.

Versos pobres, mas amados,

platitudes de um pobre poeta.

Viajei em poemas, desfiz-me da solidão,

adentrei em países distantes, por breves instantes,

descampando o meu vazio.

E agora, num presente sem maiores batalhas,

sem agrados, sem surpresas, envolto em tralhas,

na tranquila acomodação de quem vive,

relembro todo amor que tive,

e por tudo o que chorei,

agora sorrio.

Sem travos, sem crivo.

Nem calor

Nem frio.

Apenas vivo.

15/01/2020

Sou Flagelado da Paixão
Enviado por Sou Flagelado da Paixão em 07/02/2025
Reeditado em 15/02/2025
Código do texto: T8258970
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