CONVERGÊNCIAS
Na dobra do tempo, um eco murmura,
rastros de um sonho que não se cumpriu.
O vazio sussurra, mas quem o escuta?
A ausência é um mapa que nunca se abriu.
O relógio insiste, mas nega a resposta,
o ego é um náufrago à deriva do fim.
Se tudo se cruza na curva imposta,
por que teu passo não vem até mim?
Mãos sobre a mesa—tão cheias de nada,
olhos que sangram promessas ao chão.
Se até as retas se tocam na estrada,
onde perdemos nossa interseção?
Tião Neiva