CONVERGÊNCIAS

Na dobra do tempo, um eco murmura,

rastros de um sonho que não se cumpriu.

O vazio sussurra, mas quem o escuta?

A ausência é um mapa que nunca se abriu.

O relógio insiste, mas nega a resposta,

o ego é um náufrago à deriva do fim.

Se tudo se cruza na curva imposta,

por que teu passo não vem até mim?

Mãos sobre a mesa—tão cheias de nada,

olhos que sangram promessas ao chão.

Se até as retas se tocam na estrada,

onde perdemos nossa interseção?

Tião Neiva

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 03/02/2025
Código do texto: T8256199
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