"No Sertão, com meu Pai"

Episódio I

Óia a aventura que eu vou contar,

De um dia inesquecível, pra nunca mais se apagar.

Com meu pai, fui pro Morro Grande,

Num passeio que marcou minha infância, contente.

A pé fomos, por estrada e trilhas,

Cortando caminho, sem pressa ou aflição.

Passamos pela Ponta, com suas pedras grandiosas,

E pela fazenda onde moraram meus avós.

Tia Carmela nos esperava, do outro lado do Morro da Onça,

E a estrada serpenteava, levando a uma nova bonança.

Subimos o Morro da Égua, íngreme e paisagem bela,

A vista era um show, uma verdadeira aquarela.

Frutas silvestres, a gente saboreava,

E a cada passo, a natureza nos encantava.

Papai apontou, lá embaixo, nossa nova morada,

Entre antigas fazendas de histórias já contadas.

Chegamos, cansados, mas felizes,

Papai tirou a rapadura, que a fome nos aliviou.

Na choupana, junto ao córrego, a noite se aproximou,

E o fogo crepitante, os animais afastou.

Sob o céu estrelado, a mata nos cantava,

Sons desconhecidos, a noite animava.

Mas com meu pai, nada a temer,

O sono me venceu, e eu pude sonhar sem querer.

Ao amanhecer, a natureza despertou,

E um novo dia, mais belo, começou.

Papai marcava as terras, com um olhar sonhador,

E eu, explorava cada canto, um aventureiro explorador.

Bicas d'água, horta e moinho,

Um futuro a ser construído, cheio de carinho.

Voltei pra casa, com o coração cheio de alegria,

Para contar a mamãe, essa história, que pra mim, era magia.