Museu de retratos

Não importa quantas vezes eu olhe

Meu próprio caminho

Ainda encontro teus rastros

Pelas paredes desintegradas

De meu museu de retratos.

Não importa o quanto eu substitua

As molduras

Ainda consigo ver teu sangue

Desgastado

Em todas as malditas pinturas.

Inferno é viver

Nesse museu

Que desde séculos

Não chega nenhuma obra nova.

Inferno é

Ser assim

Como eu:

Viciada em observar apenas a história

E não encontrar

Uma nova moda,

E não conseguir esquecer

Do seu desgraçado caixão engavetado.