Antiga Gotham
Em grandezas se erguem,
com as chamas que as fervem;
com a noite a cair,
e o mal a consumir.
Vastidão dos cantos ao vapor,
livre do seu próprio esplendor;
sempre exuberante,
sempre elegante.
Assim você se sente:
louco e solitário,
como peixe que nada em aquário.
Esquece seu nome, você,
mas nunca se põe a esquecer.
A maldade se enxerga,
com o brilho negro
das pupilas dilatadas.
A cantoria do vento a soprar,
ela diz: “Tende a se cuidar.”
Não se esqueça que a escuridão o observa,
como abismo de mentes incrédulas;
mas nunca deixe de olhar
as luzes a piscar,
sem a admiração a prestigiar.
Quando infantes presenciávamos,
com os mesmos olhos que, mais tarde, admirávamos,
e os problemas esquecíamos.
Cidade grande,
coberta pela fria névoa noturna,
que mostra sua ímpeta sujeira,
transformada em barreira de poeira.
Onde o mal revela sua face,
em um impasse com seu disfarce;
onde a luz azul não chega,
e a maldade navega.