O QUINTAL DO MEU AVÔ
O QUINTAL DO MEU AVÔ
No quintal do meu avô
Rodeado de muros altos
De pedra trabalhada, revestido de heras,
De muitas eras;
Abrigo de passarinhos e seus ninhos,
E de mistérios que também havia
Com seus ledos segredos,
Mas que só eu conhecia.
O quintal do meu avô Benjamim
Era meu mundo à parte, e jardim;
Só uma flor perfumada que lá encontrei
Valia mais que todas as outras flores;
Até o velho do saco debruçado sobre o muro
Do lado que o sol nascia,
Juro tê-lo visto lá, certo dia
Acho até que a querer pular o muro.
A tal visão do velho do saco
E outras coisitas mais
Que não vou aqui contar
Não são lorotas ou brincadeira,
E quanto á história do velho do saco
Chego até a desconfiar
Que fui eu o primeiro a contar
Tal história e, a verdadeira.
Lembro também da tia Rita do Portivêlho
Lugar pertinho donde o cuco cantava,
De saia quase até ao artelho
Sentada em sua máquina de costura
A dar ao pé, sem parar, e a dar conselho:
Dizia-me a tia, que não era tia, era só Rita,
… Meu menino, tudo o mais... ‘é fita’
Que não serve nem pra cobrir joelho,
Muitas outras histórias verdadeiras
Eu teria pra vos contar
Mas vá que desse o azar
De me chamarem menino sem tino?
Ah! Isso seria de amargar.
-Mas, e se menino da brincadeira?
Vá lá, vá lá mas, só se for
Apenas um poucochinho!...
E d’AF