Moldura do tempo

Memórias do tempo me faz recordar

Do tempo adormecido que não retorna mais

O arco do tempo nos leva a algum lugar,

Sejam pelas águas do rio ou pelo balanço das ondas do mar

As palavras são ditas

Soltam-se de dentro do peito

Podendo ser feitas e desfeitas

Fica na dependência da ocasião

Que surge como ventania

A espalhar-se pelo torrão

Levantando a poeira

Feito um furacão

O rancor do tempo passa sem atingir a alma

O brilho da manhã segue dando acuidade ao dia

No respiro seleto de cada amanhecer

Sentindo os raios do sol iluminar suas vestes

Promovendo mudanças no seu interior

Mesmo que a aspereza seja atemporal

Segue assimilando a leveza de contentamento

No contemplo de novas vestes