ORAÇÃO DE UM FIM DE TARDE

O que foi não mais será

Apenas lembranças restaram

Penduradas em pontos de interrogação,

Na alma e no coração

Em delírios de porquês?

Vozes! Não são vozes é o vento,

É o ter sido, o nada ser;

O haver somente a mesma estrada

Que levava gente, tanta gente,

E só tristezas deixava.

Réstias de ternura à lareira

Orações aquecidas

Em brasa viva de tição.

Nem cinzas, um senão...

Varreu-as todas o vento soão.

Tantas aflições, vendavais

Maldição dos pobres mortais;

Ai ais, ai ais, quanta dor,

Nos sinos plangentes da velha igreja.

Valei-nos Sta. Bárbara, salvais-nos ó Senhor!

Amém, assim seja.

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 07/11/2024
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