ORAÇÃO DE UM FIM DE TARDE
O que foi não mais será
Apenas lembranças restaram
Penduradas em pontos de interrogação,
Na alma e no coração
Em delírios de porquês?
Vozes! Não são vozes é o vento,
É o ter sido, o nada ser;
O haver somente a mesma estrada
Que levava gente, tanta gente,
E só tristezas deixava.
Réstias de ternura à lareira
Orações aquecidas
Em brasa viva de tição.
Nem cinzas, um senão...
Varreu-as todas o vento soão.
Tantas aflições, vendavais
Maldição dos pobres mortais;
Ai ais, ai ais, quanta dor,
Nos sinos plangentes da velha igreja.
Valei-nos Sta. Bárbara, salvais-nos ó Senhor!
Amém, assim seja.