Ser forte é trauma
Em um dia qualquer,
Em um horário qualquer,
Aprendi que a força que tanto demonstrava,
Era o trauma deixado por uma mulher.
Não falar que estou doente,
Fingir estar contente,
Castrar minhas escolhas,
Viver em minhas bolhas.
Não beber,
Me abster de prazer,
Fingir querer,
Fingir não perceber.
Não sabia que tudo isso seria traumático,
Pois sempre fui chamado de dramático,
Parecia um erro matemático,
Duas pessoas nunca somarem.
Me sentia quebrado,
Me sentia errado,
Até vir à tona,
O veneno dessa Beladona.
Que mesquinho eu fui, é trauma me culpar,
Também é trauma sempre me desculpar,
Seria trauma eu sempre errar?
Deve ser trauma até chorar.
Só percebi ser trauma,
Quando estou descansando a alma,
E meu amado passar o braço por cima de mim,
Eu me encolhi, pensei que ia me bater.
Na hora lembrei de tapas,
Tapas que nunca deveriam existir,
Estou carregado de traumas,
E tudo que fiz foi disfarçar ao rir.
Mas dessa vez me permitir chorar,
E falar que estava a me assustar,
Me encolhi e liberei minha dor,
O choro de um abusado por alguém que fingia amor.
Mas no final, sobrecarregado e marcado,
Sempre serei o errado,
O endemoniado, o desviado,
Aquele que fez errado.
Não julgo quem se afastou,
Nem aqueles que o laço cortou,
Mas considero todos escória,
Por não ouvir meu lado da história.
Sigo forte, sem ser trauma,
Mesmo carregando medo de apanhar na alma,
Sei que posso levar a cura com calma,
Pois agora com alguém que me ama,
E eu acredito em karma.