Elegias do meu Tracuá

O rio da antiga vila

Um dia jorrou imponente

Quem viu, ainda lembra e copia

O Tracuá e o "Codó" sorridentes

Eram águas alegres e livres

Corredeiras, piscinas, torrentes

Pescadores, lavadeiras e fetiches

Viu guerreiras, as saúvas valentes

Em suas águas, o "Codó" se fez grande

O nativo tá aí e não mente

Vendo o rio e a BR vibrantes

Disse: "Adeus. Eis aí teu presente!"

Quão ingratos são os invasores servidos

Hoje o rio agoniza doente

Ver-se o algoz no escritório tranquilo

E o Tracuá no seu fim inclemente!

Mas, junto ao leito há a história de tantos

E o Tracuá é assim transcendente

Seu valor vai além de um recanto:

É cicatriz! Tá na alma da gente!

Gualther de Alencar
Enviado por Gualther de Alencar em 23/10/2024
Código do texto: T8180477
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